quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Poema



Ombros


'Mundo mundo, vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo, seria uma rima, não uma solução...' Carlos Drummond de Andrade


Apesar da dor
apesar da pressão
das desilusões &
da situação precária,
das traições...
das indiferenças
e das descrenças

(megeras canibais prontas para o ataque,
filhas diletas do ciúme & da covardia)

Ele não sucumbiu...

&

como Fênix

(para o desespero dos descrentes

& dos capachos de toda ordem)

seu vasto & confuso coração

alargou-se mais ainda

superou-se (milagre dos milagres)

deu 'a volta por cima'

& venceu!

(os ombros, como disse o poeta,
- mais uma vez -
sustentaram o mundo)

Júlio Garcia - dezembro/2008